O câncer de próstata é o tipo de tumor mais comum entre os homens no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados cerca de 71 mil novos casos por ano no país, o que representa mais de 30% dos tumores malignos masculinos.
Ainda que tenha alta incidência, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura são muito elevadas, chegando a mais de 90%.
Neste artigo, vou explicar o que é o câncer de próstata, quais são seus sintomas, formas de diagnóstico, prevenção e os principais tratamentos disponíveis, incluindo a cirurgia robótica, uma das abordagens mais modernas e eficazes. Confira!
O que é a próstata?
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, com o tamanho aproximado de uma noz. Ela está localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto, envolvendo a parte inicial da uretra, o canal que leva a urina da bexiga para fora do corpo.
Sua principal função é produzir o líquido prostático, que compõe parte do sêmen e tem papel fundamental na nutrição e proteção dos espermatozoides.
Com o avançar da idade, é comum que a próstata aumente de tamanho, condição chamada de hiperplasia prostática benigna (HPB), que não tem relação com o câncer, mas pode causar sintomas urinários semelhantes.
O que é o câncer de próstata?
O câncer de próstata ocorre quando células da glândula passam a se multiplicar de forma desordenada, formando um tumor. Na maioria dos casos, o crescimento desse tumor é lento e pode levar anos para apresentar sintomas mais evidentes. No entanto, em alguns casos, o câncer pode ter comportamento agressivo e se espalhar para outras partes do corpo, como ossos e linfonodos.
Fatores de risco
Alguns fatores aumentam a probabilidade de um homem desenvolver câncer de próstata. São eles:
- Idade: o risco aumenta significativamente após os 50 anos;
- Histórico familiar: ter pai ou irmão com câncer de próstata dobra o risco;
- Raça: homens negros têm maior chance de desenvolver a doença e formas mais agressivas;
- Estilo de vida: sedentarismo, obesidade, dieta rica em gorduras e pobre em frutas e vegetais podem contribuir para o risco.
Quais são os sintomas do câncer de próstata?
Na fase inicial, o câncer de próstata geralmente não apresenta sintomas. Por isso, os exames preventivos são tão importantes. Quando os sintomas aparecem, podem incluir:
- Dificuldade para urinar;
- Jato urinário fraco ou interrompido;
- Necessidade de urinar com mais frequência, especialmente à noite;
- Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga;
- Sangue na urina ou no sêmen;
- Dor óssea (em casos mais avançados, com metástases).
É importante lembrar que esses sintomas também podem estar relacionados a outras doenças da próstata, como a hiperplasia benigna ou a prostatite. Por isso, a avaliação médica é essencial.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico do câncer de próstata pode ser feito com base em dois exames iniciais. O primeiro é o toque retal, em que o médico avalia o tamanho, a consistência e a presença de nódulos suspeitos na próstata.
Também existe o teste de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico), que mede a quantidade dessa proteína produzida pela próstata. Níveis elevados podem indicar alterações, mas não significam necessariamente câncer.
Caso haja suspeita, o médico pode solicitar exames complementares, como a ressonância magnética multiparamétrica da próstata e a biópsia prostática transretal ou transperineal guiada por imagem, que confirma a presença e o tipo de tumor.
Quando começar a se cuidar?
Homens a partir dos 50 anos devem conversar com seu urologista sobre a necessidade de rastreamento do câncer de próstata. Aqueles que pertencem a grupos de risco (negros ou com histórico familiar) devem iniciar esse acompanhamento a partir dos 45 anos.
A decisão de realizar os exames de rastreamento é individualizada, levando em conta fatores de risco, expectativa de vida e as preferências do paciente.
Quais são as formas de tratamento do câncer de próstata?
O tratamento do câncer de próstata depende de diversos fatores, como estágio da doença, grau de agressividade, idade e estado geral de saúde do paciente. As principais opções incluem:
- Vigilância ativa
Em casos de tumores de baixa agressividade e pequenos, pode-se optar pelo acompanhamento cuidadoso com exames regulares, sem iniciar tratamento imediato. Essa abordagem evita intervenções desnecessárias.
2. Cirurgia (Prostatectomia radical)
Consiste na retirada completa da próstata e das vesículas seminais. Pode ser feita pela técnica aberta, laparoscópica ou robótica. Esta última é uma das formas mais avançadas de tratamento cirúrgico.
A cirurgia robótica é feita com o auxílio de um sistema computadorizado, como o robô Da Vinci, que permite movimentos precisos e minimamente invasivos. Entre as vantagens, estão:
- Menor perda de sangue;
- Recuperação mais rápida;
- Redução dos riscos de complicações;
- Preservação mais eficaz da continência urinária e da função sexual, dependendo do caso.
O procedimento exige equipe médica especializada e centros habilitados, mas tem se mostrado cada vez mais acessível e eficaz.
- Radioterapia
Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode ser uma alternativa à cirurgia ou usada em conjunto com outros tratamentos.
- Terapia hormonal
Indicada em casos de câncer avançado ou metastático, visa reduzir os níveis de testosterona, que alimenta o crescimento do tumor.
- Quimioterapia
Utilizada em fases mais avançadas ou quando outras abordagens não são mais eficazes.
Prevenção: o que pode ser feito?
Embora não seja possível evitar completamente o câncer de próstata, algumas atitudes ajudam a reduzir o risco. Portanto, coloque na sua rotina os seguintes hábitos:
- Manter uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes e grãos integrais;
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Controlar o peso corporal;
- Evitar o consumo excessivo de álcool;
- Não fumar;
- Realizar check-ups anuais com o urologista.
Câncer de próstata tem cura!
O câncer de próstata é uma realidade que precisa ser enfrentada com informação, prevenção e acompanhamento médico. O diagnóstico precoce salva vidas e permite tratamentos mais eficazes e menos invasivos, com maior chance de cura e preservação da qualidade de vida.
Se você tem mais de 50 anos — ou 45, se pertence ao grupo de risco —, procure um urologista de confiança e cuide da sua saúde. Falar sobre o assunto, fazer os exames e seguir o acompanhamento adequado é um ato de coragem, autocuidado e amor pela vida.